quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Overdose de bobagens

Você já reparou como todo mundo agora preza a sustentabilidade? Redes de fast-food se mostram focadas no equilíbrio alimentar e no bem estar das pessoas. Empresas de celulose, mineração e produtos químicos se dizem preocupadíssimas com o verde e gestões ecoeficientes. Até os bancos, veja só você, fazem pose de socialmente responsáveis. Arrancam o seu couro, enriquecem às custas de taxas extorsivas e se dizem benevolentes com imagens de meia dúzia de criancinhas carentes em seus relatórios anuais.



Os mais otimistas diriam assim: pelo menos, alguma coisa está mudando na visão destas empresas. É verdade, antigamente, elas nem se davam o trabalho de passar esse verniz de preocupação social sobre as suas atividades. Poluíam e pronto. Enfiavam mil quilos de gordura na comida e tudo bem. Extorquiam o trabalhador sem fazer cara de bom velhinho.

O que me chama atenção agora é que um discursinho bonito aqui e uma açãozinha social acolá já resolvem tudo. E dá-lhe aplausos e premiações regadas a champanhe num hotel reluzente. Não vejo questionamento, nem mesmo por parte de muitos jornalistas especializados no assunto. Muitos deles vivem do patrocínio concedido, justamente, pelas empresas que menos respeitam os princípios básicos de sustentabilidade. E assim vão levando. Como não podem gritar, o jeito é sussurrar.

E o que você tem a ver com tudo isso? Sei lá. Mas parar de se deslumbrar com toda e qualquer ação social que uma empresa faz já é um bom começo.

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