terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Não paro de pensar neste trecho

É da música "Logo", do Kevin Johansen. Perfeito para aqueles que falam de sustentabilidade, mas não resistem a uma liquidação.

Compre todo ahora porque ahora ya es mañana
Y mañana ya va a ser pasado
Si no compra todo, seguro lo compra otro
Y despues, seguro se lamentará
Todo "on sale", aproveche que sale temprano
Y sin más demora
Sino compra ahora, va a caer en bancarrota
Espiritual, Intelectual y Emocional!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Pie detrás de pie...

no hay otra manera de caminar...

Quando me impaciento, penso nessa frase. Ela está na letra de "12 Segundos de Oscuridad" do Jorge Drexler (pra variar). É óbvia sim, mas duríssima para aqueles momentos em que tudo que a gente quer da vida é uma resposta.

No fundo, no fundo, a gente quer que tudo funcione no nosso tempo, como na infância.

- Tá chegando, pai?
- Não, filha.
- Falta muito?
- Falta, filha. Dorme, vai...


Há dias que me sinto uma menina birrenta. Que quer que o documento do cartório fique pronto a-go-ra! Que se impacienta com as minúcias de processos longos. Que gostaria de ter o controle das coisas e fazer a vida caminhar do jeitinho esperado.

Claro que as coisas não funcionam assim mas, para uma criança, é fácil explicar isso. "Filha, está longe porque faltam 480 quilômetros. Chegaremos lá umas cinco da tarde."

Quando a gente cresce, quase nunca há respostas. Ninguém sabe dizer por que um papel carimbado pode demorar 30 dias para sair ou por que o quadro clínico de alguém que a gente ama, de repente, muda. Mesmo assim, a gente quer oráculos. E que ainda funcione na nossa velocidade.

Sim, é isso mesmo. Você, eu, todos nós, às vezes, nos comportamos como minha sobrinha de 3 anos.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

De bem


Um ano e meio depois da volta ao Brasil, ainda me pego com sensações de uma recém-chegada. Quando entro no sacolão perto de casa e vejo aquela incrível quantidade de frutas sobre as bancadas, sinto uma alegria profunda. Aquela profusão de cheiros e cores me seduz e traz a percepção de que, felizmente, existe algo de bom na vida paulistana.

Já escrevi muitas vezes sobre a dor da readaptação depois de um longo período fora. O que era feio, aos meus olhos, tornou-se insuportavelmente agressivo na volta. Crianças carentes nas esquinas podiam me levar às lágrimas. Congestionamentos me desesperavam como nunca e o cheiro da cidade embrulhava o meu estômago.

Por outro lado, a vida na fronteira potencializou sensações agradáveis. Aquilo que era bonito antes da viagem transformou-se em algo incrivelmente lindo. As belas árvores e plantas que persistem em meio à degradação de São Paulo me fazem sorrir. As flores que se abrem na janela de casa e o cheirinho de mato depois da chuva me enchem de esperança. Acho que a tempestade, finalmente, está ficando para trás.