terça-feira, 25 de dezembro de 2007

O Mundo

Trabalhar com comunicação e criação, às vezes, traz auto-conhecimento. Convocada no trabalho a deixar gravada uma mensagem sobre o que espero da vida daqui a 10 anos numa cápsula do tempo, percebi que tinha uma missão difícil nas mãos. E o pior é que era necessário resumir o meu desejo em apenas uma palavra.

Por alguns segundos, fui para dentro. Quase fechei os olhos para me perguntar o que queria do mundo. E a resposta veio da pergunta.

- O mundo!

Parece simples mas, para mim, a resposta é grande.
Quero desbravar o mundo. Geograficamente e internamente.
Quero descobrir com ou sem mochila nas costas.
Quero continuar a sentir o prazer do vento no rosto. Para mim, isso é felicidade.

Como o Martim, sou feita de movimento. Descobrir isso foi um presente dos últimos anos. Porque quando a gente sabe o que quer, sabe para onde ir. Apesar de alguns tombos, 2004, 2005, 2006 e 2007 foram anos importantíssimos para nós. E estou muito feliz por conseguir enxergar isso.

A todos nós, um 2008 com boas novidades.
Elas virão, estou certa disso! :-)

sábado, 15 de dezembro de 2007

Músicos talentosos


A foto acima foi enviada pelo nosso amigo Mario Muñoz (à direita) e foi tirada no último dia 30, em Barcelona, após o show do Jorge Drexler (centro). Um presente de Natal para mim, pois sempre torci que os dois se encontrassem um dia.

Mario é um músico autodidata incrivelmente talentoso que nasceu no Chile e mora há muitos anos no Canadá, onde nos conhecemos. Quando ouvi seus acordes pela primeira vez, num restaurante mexicano, fiquei sensibilizada. No metrô, eu e o Martim voltamos comentando as letras e a musicalidade daquele rapaz que, na época, tinha 23 anos.

Alguns meses depois, numa festa, me aproximei do Mario com o meu MP3 Player. "Ouça isto." Era "Don de Fluir", de Jorge Drexler. De lá para cá, nossa predileção pela música do uruguaio vencedor do Oscar cresceu. E a amizade com o Mario também.

Em agosto deste ano, recebemos um pacote postado de Paris: o primeiro CD do nosso amigo chileno, chamado "Voy". No mês seguinte, outro presente chegou ao Brasil. Jorge Drexler, em pessoa, se apresentando num Sesc Pinheiros abarrotado.

Drexler emocionou, cativou e saiu aplaudidíssimo. Mas antes, ganhou o CD do nosso amigo estreante. Das minhas mãos! Gentilmente, me agradeceu com um abraço em um beijo no rosto, enquanto o público vinha abaixo no final da apresentação.

Pensam que a história acabou? Não, ela correu o mundo e foi parar na Espanha. Após o show de Drexler em Barcelona, o colega italiano do Mario (à esquerda na foto) se aproximou do famoso cantor uruguaio e perguntou. "Já ouviu o CD do meu amigo?" Sim, ele estava falando do presente que esta Marta, trêmula naquela noite de setembro, entregou.

Enquanto fumava, Drexler explicou que estava em turnê e que ainda não tinha arranjado tempo para ouvir o CD. Os três conversaram rapidamente e se despediram calorosamente. "Suerte", desejou Drexler a Mario. E se foi.

Dois dias depois, Mario foi convidado para tocar num bar de jazz de Barcelona. "É a sorte do Drexler", me disse, entusiasmado. "Será meu primeiro show oficial na Espanha", comemorava. Eu também vibrava. E pensava no refrão de "Todo se Transforma".
Cada uno da, lo que recibe y luego recibe lo que dá...

domingo, 2 de dezembro de 2007

Gosto de final de festa

Foi o que senti quando vi o Elói passando pelo portão de embarque internacional rumo a Paris. O clima festivo de reencontros familiares, almoços alegres e muitos brindes durou algumas semanas, mas acabou.

Silêncio na volta para casa. Na cabeça, um retrospecto das últimas semanas, dos últimos meses. O forte abraço do Martim e do Elói, o nó na garganta, a precoce saudade. E mais silêncio.

Aos poucos, as palavras foram ressurgindo. Voltamos a planejar, a sonhar em voz alta. Era como se já estivéssemos em 2008, mesmo que fosse numa noite de novembro. Enquanto o mundo entrava no clima de festas, nós parecíamos sair dele, num misto de dorzinha e otimismo.

Ontem, ao decorar a nossa árvore de Natal, eu achava engraçado o fato de estar cantarolando com a Ella Fitzgerald "I've got my love to keep me warm" numa tarde ensolarada com termômetros marcando 28 graus. Não havia nem a neve da canção, nem a sensação natalina. Mesmo assim, eu me divertia. Nada fazia muito sentido, mas who cares, não é mesmo?

Vejam a Ella cantando a música mencionada.



The snow is snowing, the wind is blowing
But I can weather the storm!
What do I care how much it may storm?
I've got my love to keep me warm.
I can't remember a worse December
Just watch those icicles form!
What do I care if icicles form?
I've got my love to keep me warm.

Off with my overcoat, off with my glove
I need no overcoat, I'm burning with love!
My heart's on fire, the flame grows higher
So I will weather the storm!
What do I care how much it may storm?
I've got my love to keep me warm.

Off with my overcoat, off with my glove
I need no overcoat, I'm burning with love!
My heart's on fire, the flame grows higher
I will weather the storm!
What do I care how much it may storm?
I've got my love, I've got my love,
I've got my love to keep me warm.