segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Blog Action Day


Fazendo coro com todos os blogs do mundo que participam hoje do Blog Action Day, vou falar sobre meio ambiente, mais especificamente, sobre hábitos de consumo.

Vou começar com um exemplo simples. Não sei quanto a vocês, mas quando eu era criança, refrigerante era algo que só era consumido em festas de aniversário e outras comemorações. Um tio pegava um ou dois vasilhames retornáveis, ia até a esquina e trazia a bebida gaseificada que seria consumida moderadamente.

Hoje, é difícil encontrar uma casa que não tenha uma garrafa PET de dois litros na porta da geladeira. Uns dizem que é por causa das crianças. Outros culpam as visitas que aparecem de vez em quando. E foi assim que o hábito de beber litros e litros de algo ácido, extremamente açucarado e sabidamente maléfico à saúde virou algo normal.

Por que estou falando de refrigerantes quando o assunto deveria ser meio ambiente? Porque ele representa bem o comportamento de gado que adotamos. Já parou para pensar em quantas garrafas PET são produzidas para dar conta da mudança de hábito descrita no parágrafo acima?

Mesmo sendo light ou diet, essa bebida é uma droga, todo mundo sabe disso. É ácida, provoca cáries, não tem vitaminas, incha o estômago e é repleta de substâncias esquisitas. Ainda assim, mães enchem suas crianças de Coca-Cola, Fanta, Guaraná, H2O e similares. Moças se enganam com rótulos que dizem "zero caloria", como se o nível calórico fosse mais importante do que o valor nutricional.

Se a pessoa sequer pensa na qualidade da substância que ingere, imagine se vai avaliar a quantidade de lixo que produz. Pouco adianta defender a reciclagem se o cidadão lota a casa de garrafas PET e outras embalagens inúteis. Pouco adianta plantar árvores se o indivíduo come carne vermelha todos os dias. Para quem não sabe, é preciso desmatar áreas extensas para viabilizar a criação de gado em níveis industriais.

Para mim, enquanto as pessoas não pensarem no que comem ou no que enfiam na sacola de compras, quase tudo que está sendo pregado atualmente em campanhas ecológicas não passará de conversa mole. Tão inócua quanto discurso verde em mesa de churrascaria.

Viva o vasilhame retornável!
Viva o potinho reaproveitado das nossas tias!
Viva a torta de resto de geladeira!
Viva Estamira!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Corrente de Amizade

Hoje é minha vez de dar vida à Corrente de Amizade entre blogs. Recebi uma homenagem linda da minha amiga Rosana Watson, do blog Mãe Global, e senti vontade de fazer o mesmo às blogueiras que têm me acompanhado nos últimos meses e anos. Vamos lá (por ordem alfabética).

Borderline – Esse é o blog mais desatualizado do planeta. A bela jornalista Andréa Fernandes anda ocupada demais para contar como anda a vida borderline dela. Uma pena!
Dona de um texto excelente e de uma visão crítica apurada, esta pequenina sempre arrasa quando decide postar algo novo. O problema é que, ultimamente, isso acontece a cada passagem de cometa. Por isso, lanço aqui um manifesto: volta, Deinha, voooooolta!

Busy City – O blog da Lucia Salvi é a cara dela. Lá tem de tudo: posts deliciosos, desabafos sinceros, comentários sobre tecnologia, dicas de moda e make-up e um pouco sobre a vida na América do Norte.
A dona Lucia é uma das figuras mais adoráveis que já conheci. Suas predileções vão de Mario Quintana a Pet Shop Boys. Inteligente, sarcástica e divertida, essa analista de sistemas está sempre impecavelmente maquiada e penteada. Perto dela, eu me sinto um ogro.

Coisas da Drica – Acompanhe as aventuras de Adriana Lobo nos Estados Unidos, uma jornalista e artista plástica que divide a dor e a delícia de ser estrangeira em posts sinceros e divertidos.
Dona Dricóvski pinta quadros e ama sapos. Recentemente trocou a chuvosa Seattle pela ensolarada Hermosa Beach, na Califórnia. Vai levando a vida assim, com leveza, ao lado do marido e dos gatos da casa. Talvez um dia volte, não sei. O que importa mesmo é hoje. E hoje, as coisas da Drica são felizes.

Duelos & Delícias – Só o nome já vale uma visita, mas, para arrebatar de vez, há uma imagem linda de uma bailaora flamenco no topo da página.
É difícil não se encantar pelo blog da jornalista Ana K. Os textos, às vezes, fluem com suavidade. Outras vezes, batem sem piedade. São profundos, marcados por sensibilidade e inteligência, assim como a autora.
Dona Ana K. é outra sobrevivente do Terra. Uma moça de sorriso doce que sobe nos tacones e dá um olé na vida.

Ladybug Brasil – Se um dia, você quiser conversar com alguém sobre blogs e comunicação digital, não perca tempo. Fale com a jornalista Lucia Freitas, a pessoa mais antenada que conheço. E não pense que o assunto vai morrer nisso. A moça sabe de tudo: anatomia emocional, mercado financeiro, meteorologia, astrologia, física quântica e culinária.
Conheci essa joaninha nos tempos de InvestNews e dei de cara com ela novamente nas aulas sobre Keleman no Instituto Palas Athena. Foi bom voltar a ouvir a gargalhada gostosa dela. Figurinha queridíssima, dona Lucia Freitas arrasa em seu Ladybug Brasil.

Mãe Global – Talvez a Rosana não saiba, mas tenho profunda admiração por ela. Formada em letras e mãe de duas filhas, a Rosana decidiu que queria mais. E foi assim que ela inaugurou o seu “Mãe Global” e se matriculou em vários cursos ligados a psicologia, saúde e auto-conhecimento. Fuçando, lutando e derrubando barreiras.
No blog dela e da Gladys, você encontrará artigos e reflexões sobre o feminino, saúde e bem-estar. Tudo produzido com sensibilidade, profundidade e inteligência. E isso, tenho certeza, é só o começo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Viva o recolhimento


Hoje estou recolhida. Sem vontade de sorrir ou falar. Arrastando os pés como se estivesse de moletom em casa. Não, não é tristeza. É que todo mundo tem direito a alguns dias de recolhimento. De não parecer radiante. De não saltitar, nem querer ser legal.

Um colega me convidou para sentar na mesa dele para almoçar. Preferi o sol que batia no balcão onde eu estava. Talvez foi antipático da minha parte, não sei. Mas por alguma razão, não tive vontade de gastar energia numa mesa com mais pessoas.

Pensando no meu dia de caramujo, me lembrei de um comercial que eu odeio de um absorvente estreito na parte de trás. Vocês já viram essa aberração? Que me perdoe quem usa esse negócio, mas eu acho essa invenção um desrespeito às mulheres. Quer dizer que uma criatura não pode se dar o luxo de parecer menos sexy nem quando está jorrando sangue? Precisa usar uma tanga enfiada no rego 31 dias por mês?

Há quem deteste menstruar por inúmeras razões que não preciso enumerar aqui. Talvez algumas pessoas queiram me matar, mas acho menstruação uma benção. É ela quem me faz lembrar que sou humana, e não uma boneca loira da revista Nova. É ela quem me faz desacelerar por alguns dias em calças ainda mais confortáveis. É por causa dela que adio um compromisso à noite e me permito deitar na cama mais cedo.

As cólicas, às vezes, incomodam mais. Aí arrasto os chinelos até a cozinha e aqueço água para uma xícara de chá e para encher uma bolsa térmica que vai aquecer meu ventre. E nesse aparente desconforto, sem perceber, eu paro para cuidar de mim. Para me recolher como fazia minha mãe, minha avó e minha bisavó. Para não entrar na loucura do “esteja-pronta-para-tudo-31-dias-por-mês”.

Antes que você, amiga que odeia menstruar, me mande uma carta-bomba, eu queria dizer uma coisa. Sim, sei que há casos de dores que só passam a base de muitos remédios, mas aí estamos falando de exceções e de problemas que precisam ser tratados de alguma maneira. O que estou falando aqui é que questiono muito esses médicos patrocinados por laboratórios que falam por aí das maravilhas de não menstruar nunca mais.

Querem saber mais? Acho que muitos homens adorariam ter uma desculpinha uma vez por mês para se cuidarem com mimo e chazinho. E nós, em vez de respeitarmos nossa natureza, tentamos ser homens. Curioso, não?

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Simplificando a vida

Depois de meses de briga e horas na linha de espera, decidimos mandar a Net para aquele lugar. Cancelamos o pacote que incluía internet, TV a cabo e Net Fone porque, simplesmente, os serviços não funcionavam adequadamente.

Tudo ia bem até que, um dia, sofremos uma tentativa de clonagem da nossa linha. Um sujeito que se dizia técnico da Net nos ligou a cobrar de um celular e pediu que apertássemos uma seqüência de números e que desconectássemos o aparelho por alguns minutos. Imediatamente, informamos o que havia acontecido a uma atendente da Net.

- Ah, isso é um golpe comum, registramos vários casos como este, disse ela, calmamente.
- E como estão vazando estes números?
- Não sabemos.
- Mas queremos um ressarcimento por essa ligação a cobrar.
- Como vocês não caíram no golpe, não há como comprovar que essa ligação foi uma tentativa de golpe, respondeu a atendente.

Foram meses de vaivém. De um lado, nós, indignados com a passividade e desrespeito por parte da Net. Do outro lado, uma empresa querendo nos cobrar por uma tentativa de golpe. Recebemos a cobrança e nos recusamos a pagar. No mês seguinte, a ligação a cobrar veio em dobro na nossa fatura. A briga foi longa, mas felizmente recebemos ajuda e o Jornal da Tarde publicou a nossa carta de reclamação. Finalmente fomos ressarcidos e recebemos um pedido de desculpas da empresa.

Pensa que acabou a novela? Que nada! O Net Fone mais ficava mudo do que funcionava. Enchemos tanto o saco deles que eles nos ressarciram pelas dezenas de dias sem telefone. Caso resolvido? Claro que não. Ficamos outros tantos dias sem linha telefônica e internet. E para finalizar, decidiram cortar vários canais da nossa TV a cabo sem aviso prévio. Disseram que estávamos com canais "cortesia", como a GNT, e que teríamos de pagar a mais por isso. Caso contrário, ficaríamos com um pacote miserável que incluía, basicamente, a TV aberta.

A Net decidiu fazer o que bem entendia. E nós decidimos simplificar as nossas vidas. Cancelamos tudo: TV a cabo, internet e Net Fone. Pela tentativa de golpe. Pelas horas de espera ao telefone. Pelo sumiço do 0800. Pela ausência de uma resposta satisfatória. E pelos meses e meses de desrespeito. Há tempos, eu queria deixar público o nosso descontentamento com esta empresa. E se tenho ferramenta para isso, por que não fazer isso?

Sinceramente, a vida está mais tranqüila sem a preocupação quanto o próximo round com a Net. Contratamos outra empresa de internet e, por enquanto, tudo vai muito bem, obrigada. Não sentimos a menor falta de TV a cabo porque mal paramos em casa. Além disso, há muito mais coisas na vida para fazer do que ficar caçando alguma coisa para ver na TV. Quanto ao telefone, estamos providenciando uma solução econômica e segura. Felizmente, não fomos nós que perdemos a Net. Foram eles que nos perderam.